Veja só o que você fez
desistiu sem ter tentado
deixou largado, à tôa
o que era pra ser seu
carregarei comigo essa mágoa
quem sabe o tempo apaga
a minha alma não é tão boa
pra fingir que não doeu
A Liberdade machuca o peito
quando lembro daquela chuva
o pensamento pra longe voa
enterrando o bem querer que já morreu.
08 abril 2013
Saudadeando
Sem fantasias
Roupas, máscaras e maquiagem. O carnaval dá vida a muitos personagens que existem dentro de nós. Sob o signo da liberdade inconsequente, tudo é permitido. Alegria, alegria, mesmo que efêmera.
E eu me pintei com as cores do dia a dia. Nunca aprendi a ser outro além de mim. Me fingir Pierrot ou Arlequim nunca foi a graça do meu carnaval. Ser o de sempre já era alegoria sufiente para curtir a folia de Momo.
Mas todos temos fantasias guardadas nos armários das lembranças e vez por outra temos que colocar o bloco do eu sozinho na rua e desfilamos nossos anseios e desejos. Ninguém sobrevive sufocando eternamente os próprios quereres.
Arejadas as lantejoulas (já opacas pelo gastar do tempo), penduramos a fantasia no cabide do esquecimento até o próximo carnaval.
06 abril 2013
Acabou de acabar
Então vieram as lembranças dos dias bons, dos abraços e dos sorrisos. Risada saindo fácil, leve e solta pelo ar. Dias em que o frio ainda tomava conta da barriga. Passeios, cinema, jantares. Todos os itens do romantismo clássico (e talvez ultrapassado, para alguns) utilizados com o único objetivo de ser feliz.
A sucessão de dias foi sucedida pelo vazio. Pelo não ser impedido pelo não estar. Pelo fim. Acabou de acabar.
Então a saudade se foi, sem hora pra voltar.