31 janeiro 2011

Mensalidade - 01/2011

      E o primeiro mês do ano foi embora tão rápido quando chegou, sem me dar tempo de fazer tudo que eu planejei. Mas uma coisa que não vou deixar de fazer é um resumo das minhas experiências culturais. Espero fazer todo final de mês um apanhado sobre leituras, músicas, shows e filmes que eu tiver o prazer (ou desprazer) de experimentar. Então vamos lá.

Leitura

Cantos do pássaro encantado - Rubem Alves
- Amor. Amor. Amor. É sobre isso que fala esse livro delicioso, um apanhado de pequenos textos sobre as diversas fases do amor. Enquanto o lia ficava relembrando (e imaginando também) quando passei por cada situação descrita, cada alegria, cada tristeza. Pequeno, de escrita leve e direta, é um livro para se lê e reler várias vezes, em vários momentos. Peguei emprestado o exemplar que li, mas podem apostar que vou comprar assim que puder.

Música

Journal da Bad - Bárbara Eugênia - Comecei o ano me deparando com esse disco. Se boas experiências são sinais de bom presságio, acho que o resto do ano vai ser muito bom. Passei o mês ouvindo o disco e ainda não me cansei. Alguém pode estranhar o fato das músicas serem um tanto diferentes umas das outras, mas não ligo pra isso não. Achei os arranjos das músicas bem sofisticados, aumentando o prazer de ouvir a voz da Bárbara. Recomendo bastante ouvir "Haru", "Dos pés", "Embrace my heart" e "É, rapaz".

Azul/Vermelho - Ninca Becker
- Aqui são dois discos distintos, mas ambos maravilhosamente bons. Para quem gosta de músicas tranquilas, envolventes e cantadas com esmero, são ótimas pedidas. Pra mim a principal qualidade é a voz da Nina Becker, muito gostosa de se ouvir. Dá para colocar as músicas para tocar e ficar pensando deitado na cama. Pode começar pela regravação de "Lágrimas negras" ou então por "Medo", "Superluxo", "Madrugada branca", "Samba-jambo", "Não tema", "Pedido", "Do avesso" e "Toc toc".

Feito pra acabar - Marcelo Jeceni
- Eu ando sentindo falta de bons cantores novos aqui no Brasil, parece que só cantoras se lançam em carreiras solos. O Jeneci me fez acreditar que ainda é possível mudar essa impressão depois de ouvir seu bom disco. Ainda preciso ouvi-lo melhor, mas já de antemão indico "Pra sonhar", "Dar-te-ei", "Por que nós" e "Felicidade". Além do disco, obrigo quem leu esse texto a ouvir também "Dia a dia, lado a lado", gravação ainda não oficial com a Tulipa Ruiz. Escrevi sobre ela aqui.

Voilà - Rhaissa Bittar - Quem já leu outros textos meus sobre músicas deve ter percebido que eu tenho preferências por músicas mais tranquilas, talvez até melancólicas e depressivas. Isso é verdade, porém não me impede de gostar de coisas mais animadas. Esse disco é prova. Pode colocar pra tocar e começar a cantar e dançar, é garantido. Como não ficar com aquela sensação de alegria ao ouvir "Chilique chic" e "Dig dom"? Além dessas, pode escutar "Caos" e "Pif paf".

Vídeos

Filme - Coração louco - Ele tem algo parecido com O lutador, é um filme de um personagem só. Os outros estão ali meramente para complementar as cenas, quase na categoria de figurantes. Nada disso tira o brilho de Jeff Bridges como Bad Blake, um velho cantor de música country em decadência, alcoolatra e que se vê numa situação onde há apenas duas saídas: mudar ou terminar por definhar completamente. O filme fala de redenção, dessas reviravoltas que faz tudo mudar.

Seriado - The walking dead - Não sou fã de filmes de zumbies (exceto os escrachados, tipo Todo mundo quase morto), por isso fiquei com um pé atrás quanto a assistir ou não esse seriado. Só que agora estou doido esperando a próxima temporada, porque a primeira só teve 6 ótimos capítulos. Pra mim o que menos conta são os sustos dos mortos-vivos, muito mais interessante é do drama de viver num mundo onde poucos ainda não foram infectados. E não tem essa de aliviar pro lado dos personagens principais não, alguns já se deram mal. Kkkkkkk

Filme - O segredo dos seus olhos -  Cada dia que passa me surpreendo mais com a qualidade dos filmes não-americanos. Antes da vida internética era difícil saber de filmes que não os hollywoodianos, quem dirá conseguir pra assistir, mas com o fim das barreiras (viva a web), tudo ficou fácil. Conheço pouco do cinema argentino, mas se tiver mais filmes com a qualidade desse, talvez seja a hora de olharmos pro nosso vizinho hermano com mais atenção. Filme com um ótimo roteiro, atuações seguras e um final bem interessa, que fica melhor ainda em alta definição (Jah abençõe o Blu-ray).

Apresentações

Show - Naurea - Tirando os shows do reveion, o primeiro que eu posso considerar assistido foi o da naurÊa, no Encontro Cultural de Laranjeiras. Acompanho a banda desde 2004 e vejo ao menos umas 5 apresentações deles por ano, então tenho conhecimento pra dizer que o show que abriu o ano foi ótimo!!! Mesmo com os atrasos da programação do evento, com o calor e o cansaço, foi muito bom pular e dançar, fazendo a poeira subir. A roda que se forma quando Bomfim é tocada foi uma das maiores dos últimos tempos.

Apresentação - Cortejo Afro - Ainda no Encontro Cultural de Laranjeiras, tenho que citar o desfile afro que aconteceu no final da tarde por lá. Era lindo ver todas as vestimentas elaboradas dos integrantes, as danças, o tapete branco. Tudo isso ao som de ótimas músicas negras e cantos afoxés. Para coroar o desfile, um pôr do sol maravilhoso na colina de uma das igrejas.

Show - Nantes - Ainda não foi dessa vez que vi um show autoral da Nantes, porque aqui eles fizeram cover dos Beatles. Um setlist imenso, com músicas de todas as fases (e não só as mais velhas, viu Tâmara?) dos garotos de Liverpool, bastante animação e alguns berros exagerados, imagino o quanto a banda ensaiou para tocar as músicas com tanta segurança. Valeu o ingresso.


Bem, em janeiro foi isso aí. A série mensalidade retorna no final de fevereiro.

24 janeiro 2011

Discurso de agradecimento

      "Prezadas e prezados leitores, venho através desse pequeno texto um agradecimento a LG, a Samsung e as redes Fast Shop e Nagem. Hoje me torno uma pessoa mais feliz.

      Sou uma pessoa interessada e aficcionada por eletrônicos de uma forma geral, por escolha própria e por aptidão. Se minha condição financeira permitisse, com certeza seria mais atualizado em termos práticos quanto as novidades do gadgets modernos, porém tento ser comedido quanto a isso (tenho outras prioridades na vida que comprar um iPad, por exemplo).

      Tenho dois celulares já um tanto usados, uma câmera com 2 anos de comprada, um monitor com 3 anos de idade e um notebook com 4 anos de serviços prestados (nesse tempo todo ele deve ter ficado ligado pelo menos uns 3 anos e 9 meses, se não mais). É, muito tempo em se tratando de computador. O meu não consegue passar um filme de alta definição, leva vários minutos para editar uma única foto e anda com uma mania de se desligar só. Poderia simplesmente colocá-lo para consertar e sofrer mais tempo com ele. Mas não resolvi que era hora de mudar, me atualizar um pouco. Então fui atrás do prejuízo (literalmente), buscado uma opção que me fosse viável, confiável e, claro, eficiente.

      Nesse meio tempo apareceu uma promoção muito boa na Nagem de um monitor Samsung maior e melhor que o meu. Pensei dois dias e resolvi comprar, já pensando um pouco mais na frente quanto o que fazer com o antigo. Já a alguns dias que tenho uma área de trabalho grande para dar conta dos vários programas que deixo aberto no computador. Mas ainda tinha o computador (nesse momento ainda escrevo nele), que começou a sofrer mais ainda por conta de todos os pixels novos que precisava preencher. Meu plano era trocá-lo no meio desse ano, só que ele está me dando nos nervos e perdi a paciência. Pesquisei uma semana e meia atrás de um computador (desktop ou notebook) dentro das minhas exigências, separei algumas possibilidades e depois fiquei matutando sobre elas.

      Após mais uma reinicializada não programada do meu Dell capenga, a paciência foi pro beleleu e antecipei meus planos. Resolvi comprar um notebook da LG que estava em promoção na Fast Shop. Numa quarta a feira a noite fiz a comprar por telefone (acreditem, você pode conseguir mais descontos!!!), menos de 40 minutos depois a compra já havia sido autorizada pelo cartão de crédito e eu já tinha o número da nota fiscal. No outro dia pela manhã o pedido já havia sido despachado para a transportadora. Hoje, apenas 3 dias úteis depois da compra, eu recebi meu novo rebento eletrônico. Até então nunca tinha visto uma compra chegar tão rápida aqui em casa. Que isso fique de exemplo para os Submarinos e Americanas da vida. Quando eu tiver que comprar ou indicar onde comprar algum eletrônico, minha preferência vai ser da Fast Shop. Ah, sabe o que é melhor? O processador que veio no notebook é um dois degraus acima na escala de desempenho. Bem diferente de quando comprei meu notebook da Dell, que veio com um HD menor do que o que paguei.

      Talvez, se acontecer algum evento extraordinário, trocarei um dos meus celulares esse ano para um smartphone. A câmera ainda vai passar muito tempo comigo, tenho somente que comprar outras lentes para deixá-la mais flexível para os diversos usos.

      Agora vou terminar esse texto e terminar de instalar os programas no meu computador novo. =D

Cá, como estou

      Ontem recebi uma reclamação. Um puxão de orelha, com unha e tudo. Me fizeram um alerta sobre o blog, que agora ele virou uma exposição de músicas, filmes e afins, e que eu tinha deixado de falar de mim. Doeu, então resolvi escrever sobre mim.


      Eu estou bem, de forma geral. O final do ano passado foi um período difícil demais da minha vida, por mais que não parecesse. O problema era eu mesmo, minha cabeça e minhas idéias (ou a falta delas). Estava tentando resolver tudo ao mesmo tempo, sem resolver nada. Demorou um tempo, bati muito com a cabeça na parede e por fim percebi o que tinha que fazer. Após isso eu resolvi me dar uma folga até 2011. O ano começou e voltei ao meu normal, agora é não deixar embolar tudo de novo.

      Mas eu não sou só minhas idéias, sou também feito de um corpo e de sentimentos. O primeiro está jogado as traças faz bastante tempo e agora comecei a me dar conta que o tempo passa, cobra um preço por isso e não aceita cartão para pagar a fatura. Gradativamente estou retomando o cuidado com minha saúde, planejando colher os frutos a médio e logo prazo.

      E então sobram os sentimentos. Desses, não sei ao certo. Estou só, me sinto só e ainda assim ninguém mais próximo me chama a atenção como eu gostaria para fazer valer alguma iniciativa. Quem me conhece melhor sabe que sou mais feliz quando tenho alguém comigo; a solteirice e a solidão só me são companheiras benquistas quando estou me recuperando de algum tropeço. Passada essa fase, sinto necessidade de carinho, atenção e afeto que só uma relação sincera é capaz de me dar. É isso que tenho buscado, é isso que não tenho encontrado. Em ninguém.

      Tem também as amizades, que estão na lista de análise desde o ano passado. Sempre tem pessoas novas aparecendo, algumas velhas sumindo ou sendo deixadas de lado. E toda pessoa que tem meu afeto possui a capacidade de me magoar, de forma intencional ou não. Algumas nem fazem idéia do quanto fazem isso, outras parecem gostar de usar dessa prerrogativa e por causa disso eu estou reformulando minha relação com essas pessoas. Vivendo, aprendendo e botando em prática.

      Acho que já foi um bom começo para não levar outro puxão de orelha.

22 janeiro 2011

Mixtape 1



      Dias atrás eu estava aqui em casa com uma amiga, fazendo aqui que talvez eu faça melhor. Não, não comecem a pensar coisas sujas, porque não é por aí. Estou falando em mostrar músicas novas, que no geral as pessoas nunca teria contato se não fosse a minha pessoa (isso não foi nada modesto, porém é completamente verdadeiro). Entre a conversa e as músicas, ela deu a idéia de eu fazer playlists e colocar no blog (mentira, ela queria que eu fizesse as listas pra ela, mas estou adaptando a história).

      Depois de descobrir a pérola, o diamante que foi a música da postagem anterior, me veio a mente uma idéia de seleção (popularmente conhecida como mixtape) só com músicas de discos de cantoras que ouvi nos últimos tempos. No geral o trabalho delas é bem diversos, mas as músicas dessa mixtape são parecidas.

01 - Passarinho - Tiê
02 - Dos pés - Bárbara Eugênia
03 - Madrugada branca - Nina Becker
04 - Do you remember, Laura? - Lulina
05 - Te valorizo - Tiê
06 - Mira ira - Karina Buhr
07 - Lágrimas negras - Nina Becker
08 - Rosa Alvarinha - Comadre Florzinha
09 - Dia a dia, lado a lado - Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci
10 - Haru - Bárbara Eugênia
11 - Medo - Nina Becker
12 - Este teu olhar - Tiê
13 - Benzim veloso - Déa Trancoso
14 - Superluxo - Nina Becker
15 - Efêmera - Tulipa Ruiz
16 - Assinado eu - Tiê


      Espero que gostem.


PS: Podem aproveitar pra indicar novos artistas ou temas para futuras mixtapes. =D

Dia a dia, lado a lado*


Eu sonhei que estava exatamente aqui olhando pra você
olhando pra você exatamente aqui
cê não sabe mas eu estava exatamente aqui olhando pra você
cê não sabe mas eu estava exatamente aqui

Pronto para despertar
perto mesmo de explodir
parto para não voltar
pranto para estancar
luto para acordar
tonto de tanto te ver
perto mesmo de explodir
prestes a saber porque

Porque o sol se vai
porque um raio cai
se nuvem vem também
porque você não vem

Eu sonhei que estava exatamente aqui olhando pra você
olhando pra você exatamente aqui
cê não sabe mas eu estava exatamente aqui olhando pra você
cê não sabe mas eu estava exatamente aqui

Pronto para despertar
perto mesmo de explodir
parto para não voltar
pranto para estancar
luto para acordar
tonto de tanto te ver
perto mesmo de explodir
prestes a saber porque

Porque um raio cai
porque o sol se vai
se nuvem vem também
porque você não vem

Nada haver ficar assim sonhando separado
se no fundo a gente quer o dia a dia, lado a lado
Eu não vou deixar você com esse medo de se aproximar
pra ter um fim toda historia um dia tem que começar
Então me diz porque
Porque um raio cai
porque o sol se vai
Se não é pra gente perceber que um milagre assim se faz
porque que o sol se vai

Nada, nada haver a gente se conter se as ondas desse mar
não param de bater, se as ondas desse mar
não param de jogar você no meu olhar
Porque, porque que um raio cai
porque que o sol se vai

É natural que seja assim, você aí e eu aqui, exatamente aqui
É natural que seja assim, você aí e eu aqui, exatamente aqui
É natural que seja assim, você aí e eu aqui, exatamente aqui
É natural que seja assim, você aí e eu aqui, exatamente aqui
É natural que seja assim, você aí e eu aqui, exatamente aqui

*O ano bem começou e acabei de encontrar a música que seja a mais bonita de 2011! Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz, numa gravação feita no programa Ronca Ronca de alguma rádio que não sei qual é. Escute online aqui ou baixem aqui, mas não deixem de ouvir a música!!!

Sentidos aguçados

      Final do ano passando eu tentei fazer uma restrospectiva dos filmes e músicas/artistas novos que conheci, mas confesso que ficou bem fajuto pois não me lembrava disso tudo (foram mais de 200 filmes vistos, um recorde pessoal) o suficiente para escrever algo válido e que eu achasse legal. Foi por isso que comecei a fazer isso mais cedo no ano de doismileonze.

      Já estou escrevendo posts separados sobre músicas, shows, filmes e livros. Pensavam em publicaram ao final do ano, só que isso não daria certa, pois o que eu descobrisse agora em janeiro só ia das as caras em dezembro. Maldade com o trabalho alheio que tem qualidade, então resolvi lançá-los mensalmente mesmo. Em caso de alguma excepcionalidade (um trabalho absurdamente cabuloso de bom), farei uma postagem isolada.

      E já vou adiantando: janeiro tem bastante coisa legal pra dar atenção.

18 janeiro 2011

Vagabundo



Ah, esse amor errante!
que não sei de onde veio
(pra que veio?),
nem sei pra onde vai
(porque já vai?),
ah, esse amor errante!

Ele que se planta,
se nasce
se morre
sem mais nem porque
mas antes de deixar de florescer
solta seu polén no ar
que sem ter o fazer, volta a se plantar.

Infinito e vadio
tão negro quanto iluminado
o amor não tem sentido
não segue caminhos traçados
a quem o encontrar, dou um conselho:
ame (muito)
e também se deixe ser amado.

16 janeiro 2011

Puxa o fole, safoneiro!

      Esses últimos dias foram de pensamentos nostálgicos. Terminei de escolher as fotos que ia manter e joguei o restante fora, junto com alguns papéis e umas poucas lembranças. Tudo isso me fez pensar numa fase da minha vida que foi muito bacana: a época de escola.

      Eu era magro. MUITO magro. Sério, eu olhei pras fotos e achei que estava doente, mas era só o resultado da minha vida de pessoa saudável. O tempo passou... e não foi muito gentil comigo. KKKK. Não tenho pretensão de voltar ao que era a mais de 10 anos atrás, mas vou tentar da uma melhorada geral na minha pessoa. No sentido físico, claro, porque no que diz a personalidade e caráter eu sou uma das melhores que já conheci. E das mais modestas também. =D

      E então que me deu uma vontade de ouvir umas músicas antigas, mais especificamente os forrós que ouvia antigamente. Como tinha bastante coisa aqui, coloquei pra tocar durante minhas arrumações da casa. Mastruz com leite, Cavalo de pau, Baby som, Limão com mel, tocou de tudo um pouco. Só que eu ainda sentia que estava faltando algo. Então percebi o que era, depois de pesquisar no meu subconsciente. Eu precisava era ouvir uma das gravações beeeem amadoras de um show da melhor banda da época. Forró Maior, cadê você?

      Então procurei por todos os lugares em busca de um show desses. Lembrei que eu ainda tinha as fitas cassetes, mas não tenho onde tocá-las. Depois de muito procurar na net, achei um lugar pra baixar. Foi só começar a tocar a sanfona que bateu um alívio por dentro. Época boa aquela, eu até dançava forró.

      Arrumar a casa ficou mais legal, minha mente ficou mais calma. E agora eu to aqui escutando meus forrózinhos...

09 janeiro 2011

36 º Encontro Cultural de Laranjeiras

      
      E mais um vez fui bater ponto em Laranjeiras no primeiro final de semana de janeiro, quando se realizou o 36º Encontro Cultural, evento que abre a programação de verão do estado. Acho que é o 4º ano seguido que compareço e cada vez eu gosto mais.

      O encontro pode ser separado em dois momentos, sendo a mais bela e importante as apresentações dos grupos folclóricos e populares, mantendo e expondo suas tradições. Reisado, taieira, samba de coco e de pareia, cortejo afro, teatro, música, pintura, artesanato. Cores e movimentos, músicas e cantos, formas e relevos. Tudo acontecendo ao longo do dia, por várias partes da cidade. Tudo bem que o calor dessa época do ano não ajuda, mas vale muito a pena caminhar pela cidade para ver o máximo de coisas possíveis.

      A outra parte são os shows que acontecem a noite. No geral são uma mescla de artistas nacionais e artistas da terra, sendo que às vezes a mistura é um pouco indigesta (mas tem quem goste). Muitas pessoas só vão para a cidade pra essa parte, o que acho um tremendo desperdício de oportunidade.

      Quem estiver pensando em conhecer Sergipe deve pensar seriamente em vir no verão, pois além das praias tem várias coisas legais acontecendo pelo estado. Sei que o São João aqui é bem conhecido e nessa época do ano temos outros pólos mais famosos de turistas (Rio, Salvador, Fortaleza, etc), mas tenho dúvidas quanto a variedade de possibilidades que cada lugar desse tem.

Só um frio passageiro...

Ele se encantou com a flor alegre e feliz
E se passar além terá de vir
Se encontrar
Se encontrar
Comigo e com a primavera
Chorou
Chorou

Se perdeu
Demorou pra se achar
Se encontrou
E não pôde segurar
As coisas que não voltam mais
Há coisas que não voltam mais
Chorou
Chorou

Sombrio
Mas certeiro
Só um frio
Passageiro

Lá vai ele

A cura tem sempre o seu sono bom
De estar
Os passos caminham atravessados
Vão indo pra onde nem sei se vão voltar


Essa é Haru, música linda da Bárbara Eugênua (que também é linda =D )

06 janeiro 2011

All the things must pass

      Se a vida é uma caixinha de surpresas, meu guarda roupa é uma caixinha de lembranças da caixinha de surpresas. Para o bem ou para mal, muito da minha história pode ser contada pelas folhas de papel, fotos, convites de formatura/casamento/aniversário de 15 anos, mapas e guias turísticos. Coisas que eu nem lembrava parecem atuais, fazendo meu cérebro processar todos os detalhes pra reconstruir aquele momento.

      Como não me lembrar da viagem do colégio para Morro de São Paulo em 1996? Primeira vez que passava mais de 2 dias longe de casa sem ter que dar satisfação aos meus pais, além de estar cercado de amigos por todos os lados. E o que dizer das fotos de quando eu estudava no 2º grau (ensino médio é pra que é guri já), quando eu devia pesar algo próximo a 70% do meu peso atual?? Não que eu queira voltar a ser magro como naquela época, mas perder uns quilinhos vai me fazer bem (não vou fazer promessa de ano novo, não vou fazer promessa de ano novo...).

      Junto a isso vários bilhetes, cartas e recadinhos vindos de várias pessoas e por vários motivos. Conversas, fofocas, paqueras e brincadeiras faziam parte desse bate papo em tempo real numa época que internet não era nem conhecida por essas bandas. Quem sofriam quase sempre eram os professores.

      Ainda tenho aqui os guias de visitação dos lugares que conheci em Minas Gerais, ingressos de shows e sessões de cinemas que me foram especiais, livreto de apresentação de orquestras, vários convites, recibo de compras... tem de tudo um pouco.

      E chega um momento em que essas coisas perdem a validade, não trazem mais nada especial. Hora de dar espaço para novas lembranças. As fotos desbotam, você não lembra quem lhe mandou o recado. Isso não é desprezo peloa passado, é respeito pelo presente e esperança de coisas novas e importantes no futuro.

03 janeiro 2011

Sobre ter e perder

"You make it easy to watch the world with love,
You make it easy to let the past be done,
You make it easy."

      A solidão é uma companheira que não satisfaz, fria e insensível quanto ao trato do coração alheio. Ter alguém é, antes de tudo, uma conquista de quem se propõe a abrir mão de parte de sua vida para fazer parte outra vida.

      Como negar o prazer de acordar bem por saber que alguém lhe quer bem? É pensar e planejar a dois como se fossem um, dividindo alegrias e conquistas dessa vida por vezes mesquinha, arrogante e individualista dos tempos atuais. É sentir o calor de uma mão em sua mão, do abraço na hora de dormir de conchinha, de saber num olhar o que o outro pensa, sente e lhe entrega.

      Quando uma voz tem o poder de nos transformar, quase como um alucinógeno, e um perfume nos trás lembranças de uma felicidade que é pessoal, mas só pode ser alcançada a dois, tem-se a prova de quanto alguém pode e é importante. Experimente isso e descobrirá que você nunca mais será o mesmo, sofrendo abstinência quando for privado da sensação de estar com esse alguém.

      O alguém não é qualquer um(a), é aquele(a) que deixa de ser indefinido(a) para ser imprescindível. Mas...


"Há coisas que não voltam mais
Chorou, chorou
Sombrio, mas certeiro
Só um frio
Passageiro."

      ... talvez algum dia esse alguém lhe deixe (ou seja deixado), de uma forma que não é possível entender pela parte preterida. E como uma mordida na maçã envenenada pela bruxa, tudo muda. O toque da mão é frio, a voz irrita e o perfume não passa de um cheiro enjoado e nauseante. Quem ainda vai pensar em planos, quando nem existe mais o número do telefone? A lembrança do rosto só assusta, uma assombração perversa que parece se alimentar da tristeza.

      A solidão então lhe aparecerá, interessada e interessante, com seus dentes amarelos e um hálito de desprezo. Tentadora, tentará de um tudo para que não se queira mais nada. Não haverá nada mais importante que o próprio umbigo nem maior que o próprio ego.

      E lá pelas tantas, depois de se acomodar nos braços lânguidos da solidão, algo acontecerá. Alguém vai aparecer e aí...