29 abril 2010

Apenas o fim...*


Cena final:

Tom: E aí, é isso? Não dá tempo nem de a gente tomar uma água, não sei, um copo d'água...

Namorada: É isso.

Tom: Engraçado... nunca achei que a gente fosse terminar, se fosse terminar, de uma maneira totalmente diferente, sabe? Mais apoteótico; assim, mais grandioso. Tipo final de filme, sabe, com música. Nunca imaginei que fosse ser assim não, de repente, do nada, aqui, sabe? No estacionamento. Sei lá.

Namorada: Você não precisa ficar assim. Isso é só o fim. O que realmente importa já foi feito, a gente já teve nossos momentos especiais. E é isso que importa no fim, ter alguma coisa pra lembrar, alguma coisa pra nunca esquecer. Alguma coisa que não tem fim. Eu vou indo pra lá, você vai tentar ir pra alguma aula?

Tom: Não, agora não dá mais. Eu vou sentar ali e te ver indo embora. Pode ser?
Namorada: Se você não me seguir.

Tom: Não, não vou te seguir. Só vou sentar ali e te ver ir de costas, indo embora. Só isso.

Namorada: Só?

Tom: Só. Pode ser.

Namorada: Humhum.

Tom: E agora?

Namorada: Agora é o resto das nossas vidas.

(Rola um último beijo, Tom senta na escada e vê a namorada ir embora. Enquanto passam cenas do casal, começa a tocar:)

Pois é, não deu
Deixa assim como está sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver

Pois é, até

Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu consegui
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar

* Maravilhoso filme do Matheus Souza. Saibam mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Ou na locadora mais próxima. Já foi?

27 abril 2010

Sobre pássaros, flores e o que ficou pra trás

      O tempo vai passando. Não tenho como mudar isso. E tanta coisa passa pela minha cabeça...

      Me dei o direito e o dever de passar uns dias bem depois que meu namoro acabou. Sempre que esse tipo de coisa me acontecia eu ficava mal, muito mal. Dessa vez resolvi fazer difente. Só que nada iria me impedir de encarar o fato de muita coisa na minha vida acabou. E chegou a hora de enfrentar.

      Chegou a hora de perceber o quanto as flores mudaram de significado. Não são meras expressões de belezas da natureza, ou órgãos reprodutores. Pra mim elas agora são muito mais do que possa escrever. São, de certa forma, parte de mim. E todas as flores me trarão lembranças do que era bom.

      Os pássaros... ah, os pássaros. Não posso deixar de agradecer pelos pássaros. E por ele*. O passarinho que nunca vi, nunca ouvi e que sempre será meu. Nosso.

      Sinto saudades. Das noites, dos braços e dos abraços. Seu sorriso... Sua alegria juvenil. Das músicas que ouvia com você*, do barulho do ventilador. Do banho de chuva que nunca tivemos. Da areia da praia. Da lua.

      Meus planos eram seus, meus pensamentos também. E todo amor que eu poderia oferecer. Mas isso não foi o bastante. Ou talvez tenha sido demais... Um dia, talvez, eu consiga realmente entender. Por enquanto eu tento apenas viver. E isso, agora, é pouco para o que eu esperava.

      Você* me ensinou a sonhar, por mais simples e baixos que sejam meus sonhos. Você* me mostrou um mundo de coisas que eu não conhecia e que ainda não entendo bem. Você* se foi e quis levar tudo. E isso não é justo.

      Não quero pensar no futuro. Porque ainda é difícil não pensar em você.

25 abril 2010

Vazio

      Esses dias ando sem saco para escrever. Não é exatamente falta de inspiração, pois tenho guardado todas boas idéias sobre texto que me aparecem, é preguiça de digitar mesmo. Sabe, não estou com disposição. Simples assim.

      Dessa forma, o espaço aqui fica meio vazio, porém não está abandonado. Em breve uma enxurrada de escritos.

21 abril 2010

Sessão encerrada!


      Desde ontem acabou meu projeto de 100 filmes em 100 dias. Ainda não fiz a contabilidade toda, muito menos ainda escrevi algo sobre a grande maioria deles. Mas em breve eu faço isso.

      Também sei que fiquei de colocar aqui uma lista de músicas. Devido a algumas reviravoltas, parei isso no meio do processo. Retomarei o mais rápido que puder.

      Não me lembro de estar devendo mais alguma. Se lembrarem, é só deixar recado nos comentários.

19 abril 2010

De onde sopram os ventos...


Expira. Expressa, exala. Depressa, sopra.
E põe pra fora o que te sufoca.

Transfoma o que te rodeia em algo que te alimente.
Na expiral do ser, um sopro. Ou um furacão.

Modifique e mude. Seja, também, mudado.
Torne-se um torto, um tonto. Tornado.

Então exploda. A brisa, num vão momento.
De dentro de nós, de onde sopram os ventos...

... para onde sopram os ventos.


O pulmão, a falta de ar. Um sufoco, um engasgo.
No peito ainda cheio de vazio, calado. Cansado. Rasgado

Um alívio. Um tempo, um fôlego. Oxigênio para a alma.
Mas que ar se respira, com um furacão a sua volta?

Então infle e preencha. Se complete.
Absorva o que vier. O que puder. O que será?

A vida nos vive, nos mata. A cada momento.
De dentro pra fora. De fora pra dentro.
Para onde sopram os ventos.

17 abril 2010

Bilho eterno de uma mente sem lembraças

      Voltemos um ano. Abril de 2009. Basicamente é assim que eu me sinto, como se tivesse voltando um ano na minha vida.

      Meu namoro terminou semana passada. Tinha começado bem, mas terminou da pior forma possível. Ele já vinha se arrastando e definhando a um bom tempo, mas acho que não precisava ser do jeito que foi. Agora é tarde pra consertar qualquer coisa, cada um tomou seu rumo. Vou buscar minha felicidade.

      Parando pra pensar na minha vida, me peguei pensando no ano passado. Claro que a situação era outra, porém meu estado de espírito, minha relação com as pessoas a minha volta... está igual a antes de começar a me envolver com minha agora ex-namorada.

      Estou me sentindo bem, me sentindo leve. Ainda tem um pouco de tristeza e essa não vai embora tão rápido assim. Odeio ter que virar a página, só que depois de virada não tenho porque ficar voltando o livro.

      Ficam as lembranças, as memórias. Dessas não tenho porque abrir mão, pois fui eu também quem as criou. Só não preciso carregar comigo um ressentimento por alguém que um dia eu amei.

Clique!


      Pessoal, estou começando hoje um projeto paralelo a esse blog: Sensor sensível.

      Ainda estamos dando os primeiros passos (tem mais gente nessa parada, tá ligado?), mas já tem uma postagem de apresentação por lá e dá pra ter uma idéia do que vai rolar por lá. Desde já agradeço a visita. =D

14 abril 2010

Doce saudade


Do amargo quero distância!
Não lembrar do teus gosto, do teu rosto
me faz sentir mais eu!

Do azedo não quero nem a lembrança
nem a lambança
que causa em meus sentimentos.

Prefiro muito mais o doce,
refrescante mentolado,
que me traz a saudade...

13 abril 2010

Santa chuva

      E a chuva deu um trégua por aqui. Depois de vários dias em que o máximo de secura era uma estiagem de poucas horas por dia, agora temos até um tímido sol.

      Mas porque estaria eu contente com o sol, se bom mesmo foram meus dias de chuva. Não todos, mas a maior parte deles. Há tempos não sentia uma leveza tão grande, como se tivesse me livrado de um fardo. Sei que não foi isso que aconteceu, que ainda tenho muito neurônio a queimar matutando sobre meus últimos dias. Só sei que tudo isso será mais fácil depois desses dias de chuva.

10 abril 2010

Precipitação



      A chuva te trouxe pra mim. Uma chuva fina, uma garoa, que de leve e aos poucos foi alimentando meus sonhos. E foi essa chuva que te fez ficar.

      Outras chuvas vieram. Mais fortes, mais fracas. E cada gota delas nos faziam aproximar, nos apegar, nos querer. Não era mais chuva, era cola, calor e carinho. Era eu e você.

      Então uma tempestade chegou e carregou tudo para bem longe. Desfez, sem chances de disfarce. Derramamos nossas próprias chuvas, nossas lágrimas, nossa dores. E nunca mais fomos os mesmo. Talvez um rio tenha se formado entre a gente, cada vez mais caudaloso, cada vez mais intrasponível. Cada vez menos nós.

      Veio a estiada, a falta de chuva, de águas. E ainda alimentávamos nosso rio, nossas mágoas. Erramos, confessemos. E não soubemos mais consertar nossos erros. Nos perdemos em nós mesmos.

      Voltaram as chuvas, mas não voltamos ao que éramos. E a chuva está te levando de mim... Até quando? Até quanto? Até!

08 abril 2010

Molhado

Pingos, gotas, lágrimas
Que lavam, que levam, que molham
No fim, somente a chuva.
Como num choro
Sem tristeza, sem lamento, sem coragem
Precipitando, precipitado.
Me transborde, me transporte
Me carregue em suas águas
E faça de mim um rio

07 abril 2010

Alguma coisa sobre amor

      Amar é bom. Ser amado também. Mas há muita coisa entre uma coisa e outra.

      O amor, por si só, é lindo. Deixa a vida mais bonita, por vezes dá até sentido a ela. Só que ele não vem só, não existe esse desprendimento do amor com o resto da existência. Queria eu que fosse assim...

      Não serei eu quem vai descobrir a equação de equilíbrio. Inseguranças, ciúmes, expectativas, decepções. Conceitos de vida e de como viver. Tudo isso, quando fora de sintonia, atrapalham, emperram e destroem o amor e o amar.

      É precisa, então, sacrificar um pouco de si. Um braço, uma perna, o orgulho, a paciência, uns amigos e amigas, lugares que gostamos. Não deixamos de ser nós mesmo, só passamos a ser diferente. São raros os amores que se encaixam perfeitamente. A maioria se encaixa, quando isso acontece, a fórceps. Então fica a pergunta: o quanto vale o seu amor e o seu amar? Que sacrifícios você está disposto ou disposta a fazer? Todos temos nossa cota, de acordo com a situação. Talvez o mais complicado seja descobrir o limite.

05 abril 2010

Me against the time

      A contagem regressiva para o fim do festival "100 filmes em 100 dias" está terminando. A defasagem está maior que o esperado e tenho quase certeza que não vou alcançar minha cota, mas me sinto um vencedor por ter assistido mais filmes nesses dias que em praticamente 2009 todo. E ainda tenho muito pela frente esse ano.

      Não sei se vou fazer um listão com notas ou separar pro grupos de qualidade (imperdíveis, bons, medianos e péssimos), muito menos se vou conseguir fazer um comentário pra cada filme. Tive agradáveis surpresas e grandes decepções. Ah, tudo isso está me redendo trilhas sonoras novas.

      O blog anda um tanto impessoal, eu sei. Tenho idéias e sentimentos para escrever, porém ainda não estão saindo naturalmente. Não gosto de forçar, então fica pra em breve.

01 abril 2010

Dia mundial da pegadinha

      Hoje, primeiro de abril, dia internacional da fuleragem institucionada. E não, a final do Big Brother não foi uma pegadinha!

      Não se como essa coisa toda surgiu e nem vou procurar saber. A minha teoria é: o ser humano tem a necessidade insana de mentir. Não exatamente por maldade, mas simplesmente pra tirar onda. Nada melhor que pode fazer isso sem peso na consciência. É quase a mesma coisa da teoria que o carnaval no Brasil dura tanto pro povo não prestar atenção na bagaça que é esse país. Não é a verdade, mas é plausível.

      Não costumo perturbar com ninguém ao logo do dia. E nem reclamo se bricarem comigo, desde que a coisa não vá longe demais. Gosto, sim, de ler sobre as notícias mentirosas, as brincadeiras. Como existe muita gente má humorada nesse mundo, tem sempre que não goste. Paciência.

      Bom dia da mentira pra vocês. =D