20 maio 2011

A dois*


      "A Lua é conhecedora de muitos segredos. À noite, enquanto ela passeia pelo céu enfeitada de estrelas, observa o que se passa aqui embaixo.

      Era noite de chuva e fazia frio. Dona Lua procurou pelo que há de melhor nessas horas: casais. Algo de instintivo ainda corre nas veias humanas que faz com que se aproveitem das horas de frio, deixando o sangue esquentar e os desejos fluirem. A Lua sabia disso.

      Começou a observar cada praça, cada praia, cada carro. Encontrou uma janela aberta, com uma fraca luz de vela iluminando duas pessoas deitadas numa cama, conversando descontraidamente enquanto se estudavam, se encaravam e se entregavam. Uma garrafa de vinho já tinha esquentado os sentidos, músicas insinuantes preenchiam o até serem evaporadas pelo calor dos corpos. Mas ainda não chegou a hora disso acontecer.

      Fingindo inocência, ela pede uma massagem. Fingindo bondade, ele atende ao pedido. Fingindo não ser nada demais, os dois vão se envolvendo com o clima. A Lua decide que seria ali que ficaria esta noite, pouco se importanto com o tempo. Afinal de contas o sol só sairia quando ela voltasse pra casa.

      Um pouco de óleo de massagem, mãos hábeis, costas nuas. "Delicate" tocando ao fundo. A cada palmo de pele tocado o fingimento ia se dispersando. A chuva caia lá fora, o vento frio invadia o quarto mas o calor só aumentava. Pouco a pouco as peças de roupas iam sendo tiradas, enquanto os corpos iam se aproximando. A barba roçando o pescoço causava arrepios nelas. As mãos delicadas tateando a coxa aumentava o tesão dele. Então os olhares se cruzam bem próximos, ao alcance dos lábios. Um beijo. Duas línguas. 5 sentidos trabalhando a todo vapor.

      No desencontro das bocas, ele começa a morder levemente as costas dela, descendo até o cóccix, deixando-a mais arrepiada ainda e ansiosa pelo que viria depois. Era hora de sentir e ser sentida. Extravasar o desejo contigo. Ela se liberta das amarras que o desconhecimento poderia, ainda, lhe ocasionar. Era livre para se entregar.

      Invertendo o comando, passou ela a fazer carícias nele. As mãos explorando o corpo masculino, até então intocado e inalcançável; os olhos atentos aos efeitos dos carinhos. Respirava ela colada a orelha dele, que vez por outra escutava sussurros impublicáveis. Mordidas também foram distribuídas por ela até chegar a boca alheia, quando então ficaram os dois frente a frente, ela sentada no colo dele. Trocaram um beijo molhado e ardente, as mãos leves e de dedos finos por sobre o peito, a vontade aumentando.

      Ela calculadamente para com as carícias, restando somente suas unhas marcando os braços do rapaz. O encara, provocante. Como resposta se vê em segundos deitada na cama, ele por cima. Como um lutador, segura-a pelas mãos e pesa o resto do corpo sobre a cintura. Ela não tem como sair. Aquilo provoca um aumento na excitação dela, ao mesmo tempo que ele morde sua boca. Então se vê encarando a parte mais protuberando dos seios dela, pronto para serem mordiscados e lambidos, cada um a seu tempo.

      Outro beijo acontece, invertem-se as posições, aumenta a temperatura. As mãos se juntam, se cruzam e descem até a cintura da garota, a diferença entre as temperaturas mostrando aos dois que havia muito a ser explorado, sem tempo a perder, sem hora para acabar. A cintura dela pressionando o volume crescente da cintura dele, mãos sendo amarradas, mais beijos e mordidas, uma boca chegando ao limite do sexo. Ela se toca para ele. Ele se livra dos nós, abraça-a e lhe arranha as costas. Joga-a de bruços na cama, agora sendo ela a amarrá-la, calculadamente deixando as mãos delas próximo à virilha, por baixo do dois corpos fumegantes. A barba agora estava arranhando a parte de trás da coxa dela, subindo até encontrar as mãos dela, que se masturbava intensamente. Ele invade-a com língua, os gemidos dela abafados pelo travesseiro, os gemidos deles abafados por lábios vaginais molhados e convidativos. Sorvido por ele parte do desejo que escorria por entre as pernas dela, as bocas voltam a se encontrar, os corpos mudam de posição, ela retribui a chupada, ele cada vez não se contem e a coloca por cima, penetrando aquela vagina apertada. A movimentação acontecia pouco a pouco, em busca do ritmo que levariam os dois ao ápice do prazer; ela rebolava cada vez mais vigorosamente, ele apertava-a pela bunda, puxando em diração a si. Ela fica por baixo, cruzando as pernas por trás das costas dele, ele enfiando com cada vez mais vontade e tesão. Ela gemendo sem pudores, arranhando qualquer parte do corpo dele que pudesse alcançar, massageando e apertando os próprios mamilos. Pela última vez ela fica por sobre ele, somente a tempo de sentir o gozar dele por dentro de si, o que desencadeia o gozar dela. Os dois, fracos, ofegantes, abraçados, fora de sintonia com o mundo, completamente sincronizados um com o outro, aos poucos vão recobrando os sentidos. Ele alisa o cabelo e as costas dela, ela lhe dá um beijo carinhoso e um abraço apertado. Ele é o homem mais realizado do mundo; ela pressentia que passaria dias abismada com aquilo. Os dois descansam.

      A Lua, invejosa e satisfeita do que viu decide que é hora do dia nascer. Manda uma estrelha acordar o sol e avisar que ela está voltando pra casa e ele tem que trabalhar. Então anota no seu caderno de segredos o que presenciou, mesmo sabendo que somente ela, além do casal, entenderia o que se passou naquela noite fria e chuvosa...


* Texto escrito, de certa forma, a 4 mãos. =D

2 comentários:

Carol disse...

Uiiii... 4 mãos ne? as suas e as de mais quem? kkkk
Beijos, seu soft porn class

Alguem disse...
Este comentário foi removido pelo autor.