05 maio 2011

Realismo fantástico


      De vez em sempre recebo perguntas sobre o que escrevo aqui. Se um determinado texto é sobre alguém, se determinado fato é real e até mesmo se eu faço plágio de escritos menos conhecidos. Acho engraçado. Engraçado ao ponto de me divertir com esse tipo de dúvida. É da minha natureza rir do mundo. Como muitos me chamam, sou um bobo.

      Tudo que um dia foi postado aqui sou EU, com direito a caixa alta. Não necessariamente criado por mim, mas contextualizado, digerido e exposto ao meu modo de sentir e viver a minha vida. A tudo cabe interpretações pessoais e esse blog aqui é quase o ápice do que minha pessoa é capaz e se permite (precisaria de muito mais que palavras e fotos para chegar ao meu máximo e isso ainda não é possível por uma conexão e um computador). Tudo que eu crio é meu, com suas fantasias e veracidades, só fazendo completo sentido aos meus olhos e interpretações. Aos outros olhos de quem lê, pode significar muita coisa, inclusive nada. Se algum dia eu pensar em tornar-me escritor profissional talvez me preocupe mais com as diversas possibilidades de leitura dos meus textos. Por enquanto preocupo-me apenas em reconhecer-me nas minhas leituras posteriores. Sempre me encontro.

      O que por ventura for de outros autores é devidamente creditado, no geral no final do post, porém só estão aqui porque eu de alguma maneira achei que era válido.

      Mas o que é fantasia? O que de fato aconteceu e veio parar aqui? Resposta cult e/ou filosófica a parte, tudo e nada. As percentagens de cada ingrediente são aleatórias e ficam ao meu gosto. Mesmo que eu relatasse tudo da forma mais fria e direta possível não diria que seria A realidade. Seria, somente, a minha realidade. Outras pessoas que fizessem parte dos acontecimentos teriam opiniões e interpretações diferentes da minha. Não me atreveria a dizer que estão certos ou errados.

      Então qualquer pessoa pode se reconhecer nessas linhas. Eu me reconheço em tanta coisa que não foi feita por mim e me aproprio daquilo como parte irrevogável do meu ser e sentir. Não me importo se só faz sentido para mim, não vim trazer sentido ao mundo.

      Cada vez que encontro alguém que é capaz de sentir as mesmas coisas que eu em determinado momento me sinto maior. Agora aquela sensação daquela pessoa me pertence e as minhas pertencem a ela. Continuamos sendo únicos e ao mesmo tempo passamos a ser um só. Não conseguiu entender? Leia de novo a última frase do páragrafo anterior e já terá sua resposta.

2 comentários:

Gabriela disse...

Sensacional. É exatamente isso.

Janaina de Oliveira disse...

Engraçado, ontem eu lia um livro que falava sobre essas questões intermináveis que nuca são respondidas de forma completa, achei interessante e complexo, como nós, os seres humanos. Gosto dessas fases de perguntas, e das perguntas que vem junto das respostas parciais. ;)