Todo cuidado é pouco...

      Eu achava que a maré de azar já tinha acabado. Depois do que me aconteceu desde o começo do ano, acreditava piamente que a fazer de esculhambação com a minha pessoa já tinha passado. Ledo engano...

      E a empregada não veio trabalhar hoje. Está de mudança e ia fazer a matrícula dos filhos na escola nova. Mas ela tinha que faltar exatamente no dia que volto a trabalhar? A minha preguiça ainda está no ritmo de folga, não pode ser confrontada desse jeito. E eis que tenho uma casa para arrumar antes de trabalhar. Faço 30% do serviço e resolvo deixar o resto para quando voltar do trabalho. E lá vou eu com minha bicicleta para minha jornada diária de labuta, aproveitando o tempo legal para pedalar.

      Chego no trabalho, todo alegre e o que percebo? Esqueci a chave da corrente da bicicleta em casa!! Volto correndo para casa e percebo que vou chegar atrasado. Como o sol tinha ficado mais forte, fui de carro.

      Chego no meu setor, falo com o povo rapidamente e já vou procurar saber dos problemas que me deixaram para resolver. Olho minha caixa de mensagens do trabalho: 140 mensagens não lida. Apago as besteiras, me sobram 38. Excluo o que seria só avisos, restam 21. Até o fim do expediente consegui dar cabo de 13. Como não é de bom grado ficar sem serviço (o chefe pode achar que você é inútil ao invés de eficiente), deixei as últimas 8 para amanhã. Só que não contava com uns despachos de fim de expediente, que levou meu número de pendências a... 21!!! Damn it!!

      Então volto para meu lar, doce lar. E me lembro da pilha de pratos e da casa a varrer. Nessa hora eu deito na cama e penso: eu realmente tenho que fazer isso???

      Sim, eu tenho. Quer dizer, eu devo. Mas não tenho. Só que as pessoas que moram comigo acham que eu tenho. E não entendem que eu só devo. Enfim, lavei os pratos, varri a casa, coloquei comida pros cachorros. Sabe qual o melhor disso tudo?? Não tem nada para jantar...