"Estava na praia caminhando, vendo o dia partir e a noite chegar. Então resolvi perguntar pro vento o que ele tinha pra me dar.
- O que eu trago não tem dono,
pois não é possível guardar.
Usufrua do que é útil
e deixe o resto pra lá.
Assim me respondeu o vento. Então eu respirei o ar que em meus pulmões cabia, enquanto sentia o abraço do vento que me aquecia.
Estava na praia caminhando, no céu as estrelas brilhando e o frio a chegar. Então resolvi perguntar pro mar o que ele tinha para me dar.
- O que eu trago não tem dono,
pois não é possível guardar.
Aquilo que me tomar
a mim haverá de voltar.
Assim me respondeu o mar. Então molhei meus pés nas ondas, enquanto elas beijavam a areia.
Estava na praia caminhando, a lua no mar a mergulhar e o sol a nascer. Então resolvi perguntar para a moça que passava o que tinha para me dar.
- Não tenho nada de posse,
só trago o amor em meu peito
se cuidar dele direito
será como se teu fosse.
Assim respondeu a moça. Então ela me abraçou, me beijou, me aqueceu. Então o vento soprou por sobre o mar, os dois ao mesmo tempo dizendo:
- O que é teu não há de ser pedido
o tempo, esse sim, lhe dá o que certo
por mais triste que seja o incerto
o melhor vive escondido.
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