01 abril 2009

Me disseram, porém, que eu viesse aqui...

      Venho, com 24h de atraso, relatar mais um belíssimo show que assisti aqui em Aracaju com um preço camarada. Ou alguém acha que 10 reais numa meia entrada para ficar sentado com todo conforto, acústica perfeita e temperatura agradável (essa cidade anda parecendo a porta do inferno de tão quente) para ouvir ótimas músicas é um preço caro?

      Essa maravilha se deve ao projeto MPB Petrobras. Não sei em outras cidades, mas aqui sempre temos um artista da terra abrindo a noite, para depois termos uma atração mais conhecida nacionalmente. Já fui para alguns aqui e todos foram muito melhores do que eu esperava. Que continue assim.

      A noite de ontem foi de pais e filhos. Abrindo a casa tivemos Heitor Mendonça (filho) e Moskito (pai) dedilhando cantorias de Vital Farias, Zé Ramalho, Alceu Valença e outros, além de composições próprias. Ver o Heitor tocando Bicho de sete cabeças é algo encantador. Eu acho que ainda tenho o vídeo que fiz dessa música quando eles abriram o show para o Vital Farias, em mais uma apresentação do MPB Petrobras.

      Em seguida tivemos Renato Teixeira e ... seus dois filhos. Compositor de músicas bem conhecidas, como Tocando em Frente e Romaria, o Renato é uma pessoa muito tranquila. Como todo bom artista de estrada, daqueles que faz show em tudo quanto é lugar, ele também tem muita história para contar. Entremeando acordes de Amora e E o menino e o mar (do João Bá), ele contou algumas e fez uma brincadeira com os sotaques dos estados brasileiros. Nesse momento tivemos algo muito chato, tanto para o artista como para o público: uma pessoa que não aceita brincadeira.s Logo após ter falado do sotaque baiano algum sujeiro sem humor na platéia começou a brandar coisas como "Para de contar história e toca" e "Enrolado". Coisa patética!!! Mas nem isso tirou humor do seu Teixeira. E quando ele tocou Romaria o teatro todo cantou. Um arrepio me subiu pelas costas, me mostrando que esse tipo de experiência deveria ser vivida por todos nós. O filho preferido do Renato, o Chico, toca viola no show e ainda canta algumas músicas. A voz de ambos são muito parecidas, com uma entonação mais grave vinda da garganta do filho. Para fechar a noite, um bis de "Amanheceu, peguei a viola" com o teatro todo de pé. Melhor que isso só se eu fosse pro show de hoje também.

      E que mais shows desses aconteçam aqui, porque provavelmente os produtores locais não tem interesse no público que vê shows de músicas "de velhos". Muito provavelmente porque eles não tem memória boa e só conseguem decorar refrões fáceis. Hehehehe.

4 comentários:

Diário de uma cinéfila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
tatiana hora disse...

eu já tive a honra de ver o Heitor tocando na Sementeira e de graça numa rodinha de violão kkk

geralmente as pessoas tocam mal e ainda tocam músicas horríveis nesse tipo de rodinha (pior eu que sou autista, hahahaha), mas há rodinhas profissionais, minha gente.

Anônimo disse...

Que lindo! Tudo é lindo! a vida é linda! a arte é linda, voce é lindo!!

( com sotaque baianês!)

beijosss

DBorges disse...

Eu adoro as músicas de "velho".
Zé Ramalho, ALceu, Geraldo Azevedo.. Nossa, amo perdidamente esse último.
Lembro que meu pai tocava no violão quando eu era criança, a música "dia branco". Desde então, nunca mais deixei de gostar. Ainda hj tenho os LPs que eram dele e hoje são meus.

Projetos ligados a cultura deveriam ser mais comuns em todas as cidades do Brasil. Um pouco mais de boa música não faz mal a ninguém. Aqui também tem showzinhos grátis. Tem u m que eu gosto muito, "música no parque".

Beijo!